Foi-se a época em que saúde mental era uma questão desprezada pela sociedade. Ainda há gente que acredita que pessoas com depressão e ansiedade estão “fazendo draminha” ou querendo chamar a atenção. Contudo, esse discurso está perdendo força, pois cada vez mais pessoas estão cientes de que essas condições merecem atenção para que os afetados tenham mais qualidade de vida.
Para quem precisa lidar com essas condições, as notícias são animadoras. Novas tecnologias, métodos e o uso de cetamina para depressão são algumas das novidades que têm ajudado pacientes no mundo todo a combater os sintomas dessas condições. Quer saber mais sobre o tema? Conheça detalhes a respeito dessas novidades no texto a seguir.
Diagnóstico de depressão com auxílio de IA
Você já deve estar cansado de ouvir que a Inteligência Artificial (IA) é o futuro e estará em todas as coisas. Mas já parou para pensar como ela pode ajudar no tratamento da depressão? A IA permite maior precisão no diagnóstico da doença e auxilia na seleção de tratamentos com melhor eficácia para o paciente.
Mas por que a IA é uma aliada tão importante nesses casos? O X da questão é o fato de a depressão ser uma doença complexa, que se manifesta por diversos sintomas e não possui um teste único para provar sua existência.
Nesse cenário, a IA se mostra muito útil. Em simulações feitas com pacientes fictícios, a IA tendeu a recomendar mais a terapia como tratamento da doença em vez do uso de antidepressivos — como muitos médicos fazem atualmente. Portanto, a boa notícia é que esse avanço revela a possibilidade de tornar o diagnóstico e o tratamento ainda mais personalizáveis no futuro.
Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)
Existe a grande possibilidade de você nunca ter ouvido falar em Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). Não tem problema, já que esse método é uma das novidades no arsenal para o tratamento da depressão. Indolor e não invasiva, a EMT é uma alternativa que chegou com a promessa de tornar os antidepressivos obsoletos, assim como seus efeitos colaterais.
Trata-se de um equipamento que utiliza pulsos magnéticos que agem no córtex cerebral, sobretudo nas áreas afetadas pelos transtornos depressivos e de humor. Esses pulsos influenciam as sinapses neurais e tornam-as mais eficientes. Dessa forma, esse método é capaz de auxiliar o cérebro a equilibrar o fluxo de neurotransmissores, amenizando os sintomas da depressão.
Medicamentos inovadores
O surgimento de novos medicamentos no tratamento de diversas condições que afetam a saúde mental também merece destaque. Com eles, os médicos têm conseguido ajudar pacientes a lidarem com os sintomas dessas condições, proporcionando a eles mais qualidade de vida — isso, claro, quando são devidamente prescritos pelo médico.
Um desses exemplos é o metilfenidato, amplamente utilizado no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Atuando como um estimulante do sistema nervoso central, ele é capaz de aumentar os níveis de noradrenalina e dopamina no cérebro. Isso auxilia na regulação da atenção, no controle dos impulsos e no foco do indivíduo.
A cetamina não é bem uma novidade, mas é um medicamento que, recentemente, mostrou ser um aliado importante no tratamento de quadros depressivos. Ela atua na regulação de glutamato, um aminoácido presente no cérebro, e estimula a formação de novas conexões entre os neurônios. Assim, ela ajuda no reparo e na reconstrução dos circuitos cerebrais, aumentando o número de sinapses e melhorando a comunicação entre eles — o que ajuda a melhorar o quadro da pessoa depressiva.
E você já ouviu falar na fluoxetina? Esse medicamento revolucionou o tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e da depressão, já que foi um dos primeiros inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS). Basicamente, seu mecanismo de ação faz com que se aumente a serotonina no cérebro, reduzindo os sintomas depressivos e auxiliando na regulação do humor.